Ligamento cruzado anterior (LCA) é responsável por evitar a anteriorização e rotação anormal da tíbia sobre o fêmur. O mecanismo de trauma mais comum na lesão do LCA é a entorse do joelho, associada a uma rotação interna do fêmur e a uma rotação da coxa (para dentro) e uma rotação da perna (para fora). Os pacientes geralmente ouvem um estalo que vem seguido de forte dor incapacitante no momento do entorse.
Geralmente, ocorre inchaço após o entorse, pois pode ocorrer ruptura de vasos sanguíneos e sangramento. Além disso, lesões associadas podem ocorrer, como lesões meniscais, cartilagem e ligamentos colaterais.
Geralmente, pacientes atletas ou fisicamente ativos praticantes de esportes de alta intensidade necessitam de cirurgia. Nossa equipe realiza uma avaliação funcional específica que ajuda nessa decisão e verifica se há chances de um tratamento conservador.
A reabilitação pós-operatória para o retorno completo às atividades desejadas pode durar de 6 a 8 meses, dependendo do tipo de enxerto utilizado (tendão patelar e tendões flexores) além das lesões associadas. É importante que se aborde todas as fases da reabilitação. Atualmente, as pesquisas têm mostrado um índice elevado de re-rupturas além de pacientes que não retornam às atividades desejadas. A principal causa dessa falha está numa reabilitação incompleta.
As lesões meniscais podem ocorrer de forma isolada ou associada a lesões ligamentares, e resultam em uma função articular anormal, limitada e dolorosa em um primeiro momento.
Menisco medial geralmente é em torno de 3x mais acometido que o lateral. Tem como função participar da nutrição da cartilagem articular, auxiliar na distribuição do líquido sinovial, na estabilidade secundária da articulação do joelho e, principalmente, na distribuição de carga na superfície articular.
Como os meniscos são estruturas importantes na proteção articular por isso abordagem preferida é de preservar o tecido meniscal tanto quanto possível. Caso haja sintomas de travamento e dor intensa que não melhoram com o trabalho conservador específico a opção pode ser cirúrgica assim como lesões em atletas ou indivíduos com alta demanda física.
Lesões meniscais degenerativas acontecem em pacientes geralmente acima dos 50 anos sem fator traumático e são consideradas comuns. Geralmente não necessitam de cirurgia evoluindo bem com o tratamento conservador adequado.
O Tratamento conservador tem como base medida analgésica e reparativas, além de restaurar mobilidade e força muscular.
No caso da necessidade cirúrgica a reabilitação pós operatória pode demorar cerca de 3 a 6 meses dependendo do tipo de procedimento, do local da lesão e da demanda fisica do paciente.
A condromalácea caracteriza-se por uma degeneração da cartilagem articular da patela. Atinge em média 30% da população jovem adulta. A denominação disfunção femoropatelar é a mais utilizada para a situação, pois o tecido cartilaginoso não possui terminações nervosas, e a dor normalmente é causada pela sobrecarga na articulação além de desequilíbrios funcionais próximos ou distantes do joelho. Os sintomas mais comuns são: dor relacionada à esforços ou longos períodos sentado, dificuldade para descer e subir escadas, crepitações (estalos), aumento da sensibilidade em dias frios, sensação de fraqueza ou falseios.
Tratamento deve iniciar com uma avaliação funcional específica e identificar as possíveis alterações que estão relacionadas com a disfunção. Dentre as possibilidades temos a fraqueza dos músculos rotadores laterais do quadril que agem na biomecânica do fêmur influenciando na dinâmica da patela. A fraqueza e o desequilíbrio do quadríceps também influenciam no modo que o joelho absorve cargas de impacto além do alinhamento da patela nos movimentos do joelho.
Os encurtamentos musculares excessivos também influenciam no alinhamento e nas forças de pressão do joelho. A pronação excessiva do pé também alteram o alinhamento de toda a perna e joelho podendo causar dor no joelho.
O Tratamento consiste em medidas analgésicas caso haja dor importante, senão a avaliação funcional irá direcionar para quais grupos musculares importantes e quais exercicios mais adequados de forma individualizada.
A osteoartrose do joelho ocorre devido ao desgaste progressivo das cartilagens do joelho, diminuição do espaço articular, presença de osteófitos e esclerose do osso subcondral. Hoje sabemos que mesmo com uma degeneração avançada demonstrada na imagem de rx, a dor e as incapacidade não se correlacionam com a o grau da osteoartrose.
A avaliação funcional é essencial para identificar o estágio das incapacidades funcionais e auxiliar o ortopedista especialista e o paciente na indicação da Prótese Total de Joelho ou tratamento conservador. Caso a opção for o tratamento conservador, o resultado da avaliação irá direcionar a reabilitação de forma mais especifica.
Os pacientes com a osteoartrose sintomática necessitam na maioria das vezes de uma abordagem multidisciplinar a fim de intervir em todos os aspectos que influenciam na qualidade de vida do paciente. O tempo de melhora varia e abordagens ativas são as mais indicadas. Caso não haja evolução do quadro com pelo menos 3 meses de intervenção adequada a protese total de joelho pode ser uma alternativa.
Vários estudos já demonstram a eficácia da PTJ na diminuição da dor e melhora do qualidade de vida após um ano do procedimento.
No joelho, são três os tendões mais acometidos: patelar, “pata de ganso”e quadricipital. A tendinite patelar é a mais comuns delas, que é uma inflamação no tendão patelar, que caracteriza-se por um quadro doloroso na parte anterior do joelho.
Inicialmente a dor poderá aparecer apenas após exercícios , porém se não houver um tratamento adequado, a dor se tornara mais intensa e limitará as atividades normais, podendo progredir inclusive para uma ruptura do tendão.
Essa tendinopatia acomete principalmente pessoas fisicamente ativas que exponham o aparelho extensor do joelho a esforços intensos ou repetitivos, e muito mais os atletas praticantes de esporte de saltos.
O Diagnóstico da tendinopatia patelar é eminentemente clinico, caracterizado por dor à palpação na região inferior da patela e adjacências.
O Tratamento inicial das tendinopatias é clínico, com repouso relativo, correção dos fatores que possam sobrecarregar o tendão, além de crioterapia e eletroterapia para controle dos sintomas, seguido por exercícios específicos para ganho de força e retorno as atividades diárias e esportivas. Nos casos que não respondem ao tratamento clínico, o cirúrgico é opção, e varias técnicas são descritas.
As fraturas constituem um risco à integridade funcional do joelho. Resultam da aplicação de forças compressivas axiais combinadas ou não, com estresses em varo ou em valgo da articulação do joelho. A geometria e o desvio da fratura dependem de vários fatores, como a magnitude e a direção da aplicação da força, do grau de flexão do joelho no momento do trauma e, por fim, da qualidade óssea. Em pacientes mais jovens, os fragmentos tendem a ser maiores e em “cunha”, devido às forças de cisalhamento envolvidas. Nos pacientes idosos, por outro lado, é mais frequente encontrarmos fraturas por depressão pura, sendo geralmente causadas por traumas de menor energia.
O diagnóstico das fraturas do planalto tibial nem sempre é óbvio. Não é raro que pacientes com fraturas incompletas ou fraturas por estresse tenham o seu diagnóstico firmado semanas após um quadro de dor persistente no joelho não responsivo às medidas clínicas habituais. São fatores importantes para o diagnóstico a história clínica detalhada e estudo por imagens.
As principais fraturas são da patela, planalto tibial e côndilos femorais, que podem se associar com outras lesões, como por exemplo de menisco e ligamentos, porém, a prioridade é o tratamento primário da fratura. O prognóstico e a escolha do tipo de tratamento dependem diretamente da extensão, desvio e gravidade da fratura.
O tratamento conservador está indicado principalmente para fraturas incompletas, sem desvios e fraturas por insuficiência.
A equipe da Physio&Science procura manter uma comunicação constante com o ortopedista/ cirurgião para alinhar o plano de tratamento. Os objetivos normalmente são: controle de edema, ganho de amplitude de movimento da articulação do joelho respeitando angulações específicas em relação ao tempo de fratura e/ou de pós-operatório, orientação sobre a descarga de peso permitida e treinamento da marcha, fortalecimento muscular e recuperação da função completa.